quarta-feira, 10 de agosto de 2011

OS PROCESSOS DA VERDADEIRA APRENDIZAGEM BÍBLICA

“Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração. E de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento” (Mc 12.30).

A aprendizagem bíblica ocorre quando o indivíduo assimila, retém, faz reflexão e pratica os princípios e mandamentos esposados na Bíblica Sagrada.
Analisando as palavras de Jesus, acerca do primeiro mandamento (Mc 12.30), observamos que nosso amor a Deus deve ser de todo o coração, toda alma, todo entendimento e de todas as nossas forças. Significando que o verdadeiro amor a Deus não é apenas emotivo, mas espiritual, intelectivo e físico-volitivo. Com isso, podemos afirmar que o amor a Deus é proveniente da Palavra do Senhor. Semelhantemente, a verdadeira aprendizagem bíblica acontece quando todo o nosso coração, toda a nossa alma, todo o nosso entendimento e todas as nossas forças são alcançadas pela mensagem bíblica.
    
1.  Processo Sentimental - A Verdadeira Aprendizagem Bíblica acontece quando todo o nosso Coração é Alcançado pela Palavra de Deus.
A mensagem lecionada na escola bíblica dominical e nos púlpitos de nossas igrejas precisa alcançar todo o coração do aluno. O coração é a sede dos sentimentos e das emoções de todo o ser humano.
O ensino da Bíblia tem a capacidade de despertar a emoção, apreciação, atitudes e ideias no aluno. O aluno aprende melhor quando é estimulado psicologicamente pela dinâmica do educador.
A distração, os traumas, os problemas da vida, o desinteresse e uma aula não preparada pelo professor cooperam para que o ensino bíblico não prospere. O professor comprometido tem o dever de oferecer o “pão da vida” e “leite espiritual” aos alunos (Jo 6.33-35; 1Pe 2.2). A Palavra de Deus cura as feridas sentimentais. Ela tem a capacidade de discernir as intenções dos corações (Hb 4.4).

2. Processo Psico-Espiritual – A Verdadeira Aprendizagem Bíblica acontece quando toda a nossa Alma é Alcançada pela Palavra de Deus. 
Verdadeiramente, quando aprendemos a Palavra de Deus, toda a nossa alma e toda a nossa vida espiritual são tocadas e modificadas. A alma é a parte interior do homem, que tem sede de Deus: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo...” (Sl 42.2).
Disse o escritor aos Hebreus: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”. A Palavra de Deus é viva, eficaz e profundamente penetrante nas galerias da alma e do espírito humano (Hb 4.12).
O estudante da Bíblia precisa ter a alma humilde, faminta e aberta para receber o alimento espiritual.

3. Processo Intelectivo – A Verdadeira Aprendizagem Bíblica acontece quando todo o nosso Entendimento é Alcançado pela Palavra de Deus. 
No grego, a palavra “entendimento” é “dianoia”, que quer dizer “pensamento profundo”, “mente”. A aprendizagem bíblica também é intelectual porque o aluno pensa enquanto estuda e estuda enquanto pensa. A Bíblia alcança a nossa mente, o nosso raciocínio. Uma aula bíblica não é hipnótica, nem “fanatista”. É consciente, é reflexiva, não anulando o espírito crítico e questionador. O teólogo John Stott, afirmou: “...a fé e o pensamento caminham juntos, e é impossível crer sem pensar” (Crer é também Pensar, ABU).
A igreja urge batalhar para ter um ensinamento bíblico de qualidade, haja vista, que o diabo tem a função de cegar os entendimentos dos incrédulos. Em 2Co 4.4, o vocábulo grego para “entendimentos” é “noema”, que significa “percepção”, “intelecto”, “imaginação”. O diabo, com sua perspicácia, ofusca a percepção e a inteligência dos incrédulos para que não ouçam e entendam a palavra divina.
A Palavra de Deus opera em nosso intelecto, e, por ela somos admoestados a pensar em tudo o que é honesto, justo, puro, amável, de boa fama, virtuoso e louvável (Fp 4.4). 

4. Processo Fisico-Volitivo – A Verdadeira Aprendizagem Bíblica acontece quando todas as nossas Forças são Alcançadas pela Palavra de Deus. 
A aprendizagem da Palavra de Deus passa pelo processo físico-volitivo. No grego, a palavra referente a “força” é “ischys” (Mc 12.30), significando “vigor, energia, poder e capacidade”. Não basta o professor ensinar com energia e vigor, é necessário contagiar os alunos para que aprendam com vigor, energia e esforço. Um professor entusiasmado conduz a classe a dedicar-se inteiramente ao estudo da Palavra.  As metodologias de ensino, quando bem aplicadas, impulsionam o aluno a mergulhar nas águas do saber.
O ensino precisa ser dinâmico e produtivo para que a aprendizagem seja dinâmica e produtiva. A verdadeira aprendizagem bíblica faz com que o estudante empregue todas as suas forças para aprender e assimilar o que foi ensinado.
Aprender com “todas as nossas forças” indica que o aluno não pode ser um mero receptor. O ensino e a aprendizagem têm de produzir no aluno o desejo de “exercitar” o que lhe foi transmitido. A aprendizagem bíblica leva o indivíduo à ação, conforme Tiago 1.25: “Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito”. Podemos entender que o ensino bíblico é físico-volitivo, tirando-nos da inércia e transformando-nos em “fazedores da obra”. Assim, deixaremos de ser ouvintes esquecidos.
Portanto, meus amados irmãos, a verdadeira aprendizagem das Sagradas Letras, mexe radicalmente com toda a nossa estrutura. Alcança a nossa alma e molda o Ser; alcança o nosso coração e nos ensina a conviver; alcança o nosso entendimento e ilumina o pensar; alcança as nossas forças e orienta o fazer. Nossas igrejas só terão uma aprendizagem bíblica de impacto quando a mensagem de Deus alcançar todas essas áreas supramencionadas. Que Deus nos abençoe.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Verdadeira Adoração

Primeiramente, a verdadeira adoração exige de nós uma vida transformada. No cristianismo, Cristo é o centro da vida. Em segundo, a verdadeira adoração exige de nós comunhão diária com Deus, através da oração e leitura da Palavra (Salmo 1.1,2). Em terceiro, a verdadeira adoração exige de nós um coração humilde. Os adoradores precisam render-se ao Senhor no altar da adoração.
A música evangélica tem sido vista como fenômeno da atualidade. Até mesmo os não crentes têm se interessado por cantores evangélicos. Todavia, no meio de todo esse crescimento, não podemos deixar de observar que o que mais agrada a Deus não é o aumento na venda de CDs, mas a motivação dos que o louvam e o efeito da adoração na vida dos que ouvem.

1 - Vida Transformada
A motivação e a preocupação das gravadoras, cantores e músicos evangélicos não deve ser unicamente mercadológica. Devemos estar conscientes de que a adoração a Deus está acima de tudo. Nós, os que louvamos, precisamos estar cientes do que é a verdadeira adoração. Primeiramente, a verdadeira adoração exige de nós uma vida transformada.
A vida do adorador não deve coxear entre dois pensamentos: Deus e o mundanismo. O mundo tenta nos atrair para uma filosofia de vida em que o centro é o homem. No cristianismo, Cristo é o centro da vida. Para que o nosso louvor suba ao Trono da Graça é preciso experimentar o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que Jesus derrama sobre os que O buscam (Tito 3.4-7). Dessa forma, seremos justificados por sua graça e nos tornaremos herdeiros da vida eterna. Os que adoram a Deus devem ter esta mentalidade.

2 - Comunhão Diária
Em segundo lugar, a verdadeira adoração exige de nós comunhão diária com Deus, através da oração e leitura da Palavra (Salmo 1.1,2). Os adoradores precisam render-se ao Senhor no altar da adoração. Orar sem cessar (1 Tessalonicenses 5.17). Os que estão envolvidos no setor de música da igreja precisam entender que a adoração não é apenas no momento do cântico congregacional, é também saber ouvir a mensagem da palavra de Deus. Se todos os músicos cristãos fossem alunos da Escola Dominical, nossa realidade musical seria outra. Creio que as nossas composições não sofreriam tantos desvios doutrinários.

3 - Coração Humilde
Em terceiro lugar, a verdadeira adoração exige de nós um coração humilde. Muitas de nossas congregações estão cansadas de receber cantores e músicos, que outrora eram humildes, mas que hoje vivem em função da fama. São pessoas que deixaram de ser prisioneiras do amor de Cristo, para serem prisioneiras das cifras monetárias. Louvamos e agradecemos a Deus por aqueles que ainda estão zelando pela integridade e amor a Deus.
A humildade é virtude daqueles que conhecem os limites. É a virtude daqueles que não recebem a honra e a glória para si. A síndrome de artista precisa ser afastada de nosso meio cristão. Aliás, ela nunca deveria ter nascido em nosso meio. Cristo nos ensinou o caminho da humildade (Lucas 14.11).
Precisamos estar atentos. Se não soubermos administrar os dons e os talentos que Deus nos dá, eles poderão se voltar contra nós como uma serpente. Parafraseando um pensamento de Agostinho eu diria: Se não conseguirmos imitar um homem humilde, devemos, ao menos, imitar o Deus humilde, Jesus. Em todo o tempo Jesus Cristo foi manso e humilde de coração (Mateus 11.29). Imitemo-lo. Vamos oferecer um louvor verdadeiro ao Senhor; "pois Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. A Ele seja a glória para sempre. Amém" (Romanos 11.36).

O Ministério do Espírito Santo: Esferas de Atuação

A Bíblia nos apresenta a maneira de o Espírito Santo agir na vida daquele que se dispõe a buscar o Reino de Deus e sua justiça. O Espírito Santo se relaciona conosco de maneira pessoal, íntima e radical. O Espírito Santo, quando encontra abertura no coração humano, ele atua em várias esferas, conforme verificamos pela Palavra.

Esfera da Regeneração
Regeneração é o processo de nascimento espiritual provocado pelo Espírito Santo. É morrer para o mundo de pecado e nascer para o Reino de Cristo. O Espírito Santo atua na transformação total das pessoas que se arrependem dos pecados. Ele é o agente regenerador e renovador de nossa vida, conforme a preleção paulina: “Mas quando apareceu a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens, não por obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou mediante a lavagem da regeneração e da renovação pelo Espírito Santo, que ele derramou ricamente sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador” (Tito 3.4-6).
O Espírito Santo realiza lavagem (gr. loutron) em nossa vida, ou seja, nos faz passar pelo banho e pela limpeza espiritual. Pelo Espírito Santo também recebemos a regeneração (gr. palingenesia), significando novo nascimento, restauração, mudança total. Quando o Espírito Santo opera na vida humana, a renovação (gr. anakainosis) acontece. Renovação é tornar uma pessoa diferente de seu estado anterior, é usufruir uma nova qualidade de vida espiritual.

Esfera da Habitação
O Espírito Santo habita no coração daqueles confessem a Jesus Cristo como Senhor, Rei e Salvador eterno. Paulo, notório bandeirante do cristianismo, ensinou: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8.9).
É impossível ser submisso à carne e ao Espírito Santo ao mesmo tempo. O Espírito se entristece quando nos inclinamos aos prazeres carnais, por isso, ele se afasta de nós, como aconteceu com o rei Davi: “Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo” (Sl 51.11). O pecado provoca a dor da separação de uma vida plena com Deus.

Esfera da Libertação
O Espírito Santo tem poder para libertar o homem das algemas do pecado. O apóstolo Paulo afirma: “porque a lei do espírito de vida em Cristo Jesus, livrou-me da lei do pecado e da morte” (Romanos 8.2). O homem vazio de Deus não é capaz de abandonar os prazeres e as seduções pecaminosas. É o Espírito Santo quem opera na consciência, a fim de que o homem enxergue seu estado de morte espiritual. No tocante ao trabalho do Espírito Santo, disse Jesus: “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).

Esfera da Santificação
O Espírito Santo atua na santificação, por isso, tem ciúmes e não aceita que os crentes se rendam ao pecado. O Espírito Santo não aceita dividir espaço com pecado. Se somos Dele, verdadeiramente somos Dele. Observe o que Tiago falou acerca do Espírito Santo: “Adúlteros e adúlteras, não sabei vós que amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” (Tg 4.4,5).
O mundo refere-se aos valores e a todo sistema de vida contrários à Palavra de Deus. O mundo é inimigo de Deus. Quem se deixa seduzir pelo mundo comete adultério espiritual.

Esfera da Capacitação e Testificação
O Espírito atua na esfera de capacitar o crente a testemunhar do poderoso evangelho de Jesus Cristo. Disse Jesus: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). O enchimento do Poder do Espírito Santo tem o propósito de impulsionar a igreja à evangelização e às missões. O batismo no Espírito Santo dá coragem e ousadia ao crente para realizar grandes obras para Deus. O batismo no Espírito Santo nos leva a evangelizar fervorosamente, nos leva a pregar poderosamente a Palavra de Deus.

Esfera do Batismo no Espírito Santo
O batismo com o Espírito Santo ocorre quando Jesus Cristo mergulha o seu povo nas águas do Santo Espírito, evidenciado pelas “línguas repartidas” e pelo “falar em outras línguas”. Depois que no cenáculo foram “cheios do Espírito Santo começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.3,4). O verdadeiro falar em línguas provém do Espírito. O servo de Deus batizado no Espírito Santo não permanece na vida de mentira, prostituição, idolatria, apostasia e em outras práticas ofensivas à Palavra de Deus.
Para receber essa promessa temos de imitar os irmãos da igreja primitiva – “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com seus irmãos” (At 1.14). Não existem fórmulas exatas para o crente receber o batismo no Espírito Santo. O que existe é o caminho – sede de Deus, comunhão com o Senhor, vida santa e busca perseverante em oração.

Esfera da Consolação
O Espírito Santo na vida do crente tem a função de nos consolar e nos fortalecer nas horas de dor, aflição, tribulação. Isso significa que Ele estará sempre ao nosso lado para nos ajudar. A vinda do Espírito Consolador é promessa do Senhor Jesus: “E eu rogarei ao Pai, ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16).

Esfera da Propriedade e Posse de Deus
A Bíblia nos mostra que quando estamos ligados à Videira verdadeira que é Cristo, quando recebemos Jesus no centro de nossa vida, passamos a ser povo adquirido (propriedade exclusiva do Senhor): “Mas vós sois geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós que, noutro tempo, não éreis povo, mas agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1Pe 2.9,10). O apóstolo Paulo diz que os salvos recebem o selo do Espírito Santo da promessa: “...fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória” (Ef 1.13,14).
Jesus, por meio de seu sangue, tem poder para quebrar as correntes do pecado e do diabo que aprisionam pessoas, famílias e nações inteiras. Disse o apóstolo Pedro: “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At 10.38). A obra do Espírito é fazer com que cada pessoa seja integrante do Reino de Deus e propriedade do Salvador Jesus.

Esfera da Preparação da Vinda de Cristo
O Espírito Santo atua na preparação da Igreja para vinda de Cristo: “Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23,24).
Uma das graciosas funções do Espírito Santo é preparar a noiva, a igreja, para se encontrar com o noivo que é Cristo. O Espírito em nós nos faz sentir a expectação da Volta de Cristo. “E o Espírito e a esposa dizem: Vem!” (Ap 22.17). Que possamos dizer: “Ora, vem, Senhor Jesus!”