terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

COMO MANTER A CHAMA DE UM CASAMENTO FELIZ


Ser feliz no casamento é um sonho para muitas pessoas. Sonho este, que é nobre, digno, correto e possível. Vale ressaltar que não basta ser feliz no casamento, é necessário manter a chama da felicidade. Convido você a refletir sobre algumas atitudes e gestos que contribuem para alcançarmos um casamento feliz e agradável, com base no livro poético de Cantares de Salomão.

1. CUIDANDO DA AUTOESTIMA E DA AUTOIMAGEM

A sulamita cuidava de sua autoestima e autoimagem. Fez questão de dizer que era morena e formosa. Ela se considerava bonita e bela. Pelo contexto bíblico parece que ela estava rompendo preconceito e complexos: “Eu sou morena, porém formosa, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as cortinas de Salomão. Não olheis para o eu ser morena; porque o sol resplandeceu sobre mim; os filhos de minha mãe indignaram-se contra mim, puseram-me por guarda das vinhas; a minha vinha, porém, não guardei”.  (Cantares 1.5,6)
            Esse é um desafio para as mulheres contemporâneas: cuidar da autoestima e autoimagem. Frente à ditadura e à indústria da beleza, algumas mulheres são viciadas em cuidar da estética, mas são pobres interiormente. Outras têm uma autoestima elevada, porém, são descuidosas da aparência.
            A autoestima pode ser destruída e achatada através violência física, verbal e psicológica entre os cônjuges, através do mau humor, grosseria, das raízes de amargura, traumas, ansiedade, estresse, depressão, negativismo e dos problemas da vida. Cuide da sua alma, do seu espírito e da sua mente. Aprenda a se valorizar, sabendo que somos feituras das mãos de Deus (Ef 2.10).
            A autoimagem pode ser destruída através do pessimismo, do complexo de inferioridade, da falta de capricho e da falta de higiene. O desânimo para colocar uma roupa bonita e limpa, o desinteresse crônico em adquirir produtos de beleza e se esconder atrás da desculpa de que o cônjuge nunca elogia, também causam ruínas à imagem pessoal. Não se esqueça, você é formoso, você é formosa. Cuide do seu corpo.
Dentro do relacionamento conjugal, a mulher e o homem precisam cuidar da saúde, da vida sentimental, emocional, espiritual e também do aspecto físico. Afinal, o nosso corpo é templo do Espírito Santo (1Co 6.19).
            Lembremos de Provérbios 15.13: “O coração alegre aformoseia o rosto”. A beleza interior deve preceder à beleza física. Seja feliz no coração. Depois seja feliz na aparência.

2. CATIVANDO SEMPRE O CORAÇÃO DO CÔNJUGE

Quando lemos o livro de Cantares observamos o coração de um casal cativado pelo amor: “Você fez disparar o meu coração, minha irmã, minha noiva; fez disparar o meu coração com um simples olhar, com uma simples jóia dos seus colares” (Cantares 4.9). Salomão cativou o coração de sulamita e esta cativou o coração de Salomão. O olhar de sunamita foi suficiente para acelerar o coração do rei.
O coração da esposa pode ser cativado se o marido for amável, compreensível, carinhoso, sincero, fiel, terno, genuíno, corajoso, educado, respeitador, gentil e espiritual. A esposa quer ser valorizada e amada pelo marido. Por isso, é necessário demonstrar que precisa dela e fazer passeios românticos. A esposa deve ser corrigida com amabilidade, doçura, firmeza e brandura. Elogie sua mulher com freqüência. Separe um tempo especial para passar com a esposa e os filhos. Ore para que ela viva nos propósitos de Deus. Faça as coisas para ela sem reclamar. Verifique se você a ofende sexualmente. Não pratique violência sexual e moral dentro do casamento. Jamais inferiorize a sua esposa. Não a ridicularize na frente dos filhos e de terceiros. Seja cortês quando ela estiver doente. Não espalhe para os outros os defeitos e falhas da esposa. Ore para que Deus a transforme. Segure a mão de sua esposa em casa e em público.
O coração do esposo pode ser cativado se a esposa apoiá-lo espiritualmente e encorajá-lo emocionalmente. O marido é cativado quando é elogiado naquilo faz. Ele gosta de ser apreciado na área sexual. Gosta de ser apoiado permanentemente pela esposa, em especial, na igreja. A esposa deve tratar o marido com um espírito calmo, respeitoso e obediente. Não grite com o seu esposo, nem dê ordens a ele na frente dos outros. O marido deve ser corrigido com sinceridade, amor e firmeza. Converse com ele. Não espalhe para os outros os defeitos e falhas do marido. Ore para que Deus transforme o coração dele. Segure a mão dele em casa e em público. Seja cuidadosa com a casa e os filhos. Não desfaça as ordens dele para com os filhos. Prepare uma refeição caprichada para ele. Mostre amor ao preparar o almoço e o jantar. A mulher quando fiel, educada, sincera, responsável e atenciosa, cativa o coração do esposo.

3. VALORIZANDO O DIÁLOGO CONJUGAL

O diálogo conjugal tem de ser agradável, conforme encontramos em Cantares 4.3: “Os teus lábios são como um fio de escarlate, e o teu falar é agradável; a tua fronte é qual um pedaço de romã entre os teus cabelos”.
Nenhum relacionamento sobrevive sem uma comunicação eficaz e amável. Através da comunicação, o casal compartilha sentimentos, desejos, sonhos, metas, projetos, anseios, diretrizes, afeto, carinho e respeito.
Há casais que estão dentro de casa, mas não conseguem ter harmonia no diálogo. Alguns nem têm prazer de ficar em casa por causa das brigas constantes.
Há coisas que irritam determinadas esposas: deixar a tampa do vaso levantada, deixar a esponja encharcada após o banho e muitas outras situações. Em contrapartida, há coisas que irritam alguns maridos, como: bater a porta do carro, deixar várias lâmpadas acesas sem ter alguém nos cômodos e muito mais.
O que fazer diante desses casos? O diálogo, recheado com sinceridade e amor, pode trazer resultados satisfatórios. Quando os cônjuges se amam, é possível buscarem mudanças para agradar um ao outro.
Saiba que não é o muito falar, mas sim a qualidade do diálogo é que trará alegria, paz e prazer ao casamento: “Como maçãs se ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo” (Pv 25.11).

4. VALORIZANDO A COMPANHIA DO CÔNJUGE

A sulamita valorizava a companhia do rei Salomão, conforme Cantares 1.4: “Leve-me com você! Vamos depressa! Leve-me o rei para os seus aposentos! Estamos alegres e felizes por sua causa; celebraremos o seu amor mais do que o vinho. Com toda a razão você é amado!”
            Investir tempo com o cônjuge e com os filhos é muito bom e importante para a saúde emocional de todos. Se os cônjuges passarem pouco tempo juntos, o diálogo esfria, os problemas com os filhos aumentam, a vida sexual perde o encanto e as tensões financeiras aparecem. Deus não errou quando disse: “... Não é bom que o homem esteja só...” (Gn 2.18). A solidão e o distanciamento têm destruído a vida de muitos casais. A companhia do cônjuge é fundamental para a manutenção do casamento. A meu ver, não é bom que o homem esteja só, nem que a mulher esteja só. Onde estava Adão quando Eva dialogou com a serpente? Maridos e esposas, tomemos cuidado.

5. VALORIZANDO O CONTATO FÍSICO

O contato físico é um atributo da vida conjugal. Cantares 1.2 diz: “Os beijos e os carinhos fazem parte da caminhada conjugal: “Ah, se ele me beijasse, se a sua boca me cobrisse de beijos... Sim, as suas carícias são mais agradáveis que o vinho”.
Continuando, em Cantares 2.6 fala da importância do abraço entre os cônjuges: “O seu braço esquerdo esteja debaixo da minha cabeça, e o seu braço direito me abrace”.
No tempo de namoro muitos rapazes e moças são grudentos e pegajosos. Porém, depois que casam, perdem o interesse, perdem o “fogo da paixão”. Isso é perigoso. Namoro picante não é sinônimo de casamento picante. Os solteiros devem se manter puros e santos, conforme ensina a Palavra de Deus: “Fugi da prostituição. Todo pecado que o home comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Co 6.18,19).
Pela Bíblia compreendemos que o sexo no casamento é um mandamento de Deus (Gn 1.28; 1 Co 7.5); deve ser puro e santo (Hb 13.4); traz alegria e prazer (Pv 5.15-19); exige carinho e cuidado (Ef 5.29); exige fidelidade (Ct 6.30).
É tempo de vigilância, porque a Palavra de Deus proíbe o sexo antes e fora do casamento (1 Ts 4.3-8; Ex 20.14,17). O sexo é benção, é puro, é santo e bom, desde que praticado na esfera do casamento.
Um casamento bom pode desenvolver uma vida sexual boa e agradável.  Não obstante, um sexo bom não é garantia de um casamento bom. Quando existe um bom relacionamento e uma vida espiritual sólida e firme, as demais áreas da família são atingidas positivamente.

6. SEGUINDO O PRINCÍPIO DO PERTENCIMENTO MÚTUO: FIDELIDADE

O pertencimento mútuo e a fidelidade são marcas de um relacionamento conjugal feliz. Assim encontramos no livro de Cantares 2.16: “O meu amado é meu, e eu sou dele; ele pastoreia entre os lírios”.
A infidelidade conjugal é pecado, é adultério (Ex 20.14). Fere o coração de Deus e do cônjuge. Quem permanecer na prática desse pecado e não se arrepender, não herdará o Reino de Deus (1Co 6.9,20; Ap 21.8). A traição e a infidelidade levam as pessoas à ruína (Pv 6.32).  O pecado oferece um banquete que é doce somente no início, porque o final é desgostoso e trágico.
Quando se quebra a aliança conjugal todos sofrem e se machucam: os cônjuges, os filhos, os familiares, a igreja e os amigos.
No casamento precisa existir a obediência ao voto de não desejar outra pessoa, a não ser o próprio cônjuge. Por mais que o homem e a mulher tenham defeitos e falhas, isso não é motivo para colocarmos sentimentos de impuros e promíscuos em nossa mente. O teu marido se destaca entre dez mil? A tua esposa se destaca entre dez mil? Não julgue, pense. “Que diferença há entre o seu amado e outro qualquer, ó você, das mulheres a mais linda? Que diferença há entre o seu amado e outro qualquer, para você nos obrigar a tal promessa? O meu amado tem a pele bronzeada; ele se destaca entre dez mil”.  (Cantares 5:9,10).
Do ponto de vista de Deus, o casamento não é descartável. Quando casamos, Deus é a maior testemunha da união conjugal entre o homem e a mulher. Observe o que está escrito em Malaquias 2.14: “...Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, coma qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira  e a mulher do teu concerto”.
Sejamos leais e fiéis ao nosso cônjuge. A Palavra de Deus é firme e verdadeira: “... ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade” (Ml 2.15).

7. VIVENDO INTENSAMENTE O AMOR CONJUGAL

O amor é um atributo de Deus (Jo 3.16; 1Jo 4.8), é um caminho sobremodo excelente (1Co 12.31), é o vínculo da perfeição (Cl 3.14), é a virtude de um casamento abençoado por Deus (Ef 5.25.33).
É possível encontrarmos casamento sem amor, mas não trazem alegria. Até sobrevivem, mas não florescem, nem frutificam.
Cantares 8.6,7 mostra-nos uma poderosa declaração de amor conjugal: “Coloque-me como um selo sobre o seu coração; como um selo sobre o seu braço; pois o amor é tão forte quanto à morte, e o ciúme é tão inflexível quanto a sepultura. Suas brasas são fogo ardente, são labaredas do Senhor.  Nem muitas águas conseguem apagar o amor; os rios não conseguem levá-lo na correnteza. Se alguém oferecesse todas as riquezas da sua casa para adquirir o amor, seria totalmente desprezado”.
Dentro de 1 Coríntios 13.4-8 aprendemos que o amor de verdade é paciente, é bondoso, não é ciumento, não é soberbo, não maltrata, não é egoísta, não se ira facilmente, não guarda rancor, não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, todo crê, tudo espera, tudo suporta. O verdadeiro amor nunca perece. Todo casamento necessita de amor para prosperar. Ame o seu cônjuge. Viva intensamente o amor conjugal.

Concluo esta palavra, citando os conselhos do Dr. Larry Crabb: “Nosso verdadeiro sucesso na vida deve ser avaliado pela qualidade do relacionamento que oferecemos ao nosso cônjuge, aos filhos, pais e amigos. Somos felizes quando aqueles com quem nos relacionamos se sentem amados me respeitados, quando nos alegramos em dar a outros, de forma espontânea aquilo que temos, visando ao bem deles”. 

Pr. Quemuel Lima

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